AdaptaçãoVida no Canadá

As 10 principais diferenças entre o sistema de saúde Canadense e Brasileiro


Para quem está acostumado a ter convênio médico no Brasil, ou se formos mesmo ser sinceros até quem só tem acesso ao SUS, o sistema de saúde Canadense pode causar espanto positiva ou negativamente. As opiniões dos brasileiros que moram no Canada são bastante divididas e as experiências bastante diversas. Como opinião é uma coisa muito pessoal, decidi apenas colocar aqui as diferenças menos subjetivas e vou pedir às pessoas que conhecem os dois sistemas de saúde para deixarem comentários sobre suas experiências e o que acharam, que tal? Vamos lá.

1.Os residentes permanentes, cidadãos e os que tem status de residente temporario (trabalhador ou estudsnte) podem ter acesso também dependendo da província, já que cada uma delas em suas próprias regras. No geral o sistema de saúde é público mas não significa que não hajam “convênios privados”. Em geral esses convênios são mais direcionados para estudantes, visitantes ou intercambistas. Mas há também o “convênio estendido”, geralmente um benefício oferecido pelas empresas para seus funcionários que assegura o acesso aos tratamentos que não fazem parte do que é oferecido pelo sistema público de saúde, como: saúde dental, acupuntura, fisioterapia, massagista e outras especialidades.

2. Você não escolhe ver um especialista. No sistema de saúde canadense você não marca consulta com o gastroenterologista, cardiologista ou qualquer outra especialidade diretamente. É preciso que você tenha um médico de família, como um clínico geral, que será o principal responsável pelo acompanhamento da sua saúde. Caso o seu médico de família ache necessário te encaminhar para um especialista, ele enviará uma carta de referência e a equipe do especialista entrará em contato com você para marcar consulta. Se o caso não tiver urgência, os especialistas podem levar até 6 meses para te contatar.

3. O principal sistema de saúde é o público. Por isso os atendimentos são sempre por prioridade do caso, até mesmo o agendamento de cirurgias. Se o seu caso não for grave, é possível que você fique em lista de espera durante algum tempo (dependendo do tamanho da cidade em que você escolher morar). Se o seu caso for sério, o atendimento é bastante rápido e muito atencioso.

4. As pessoas não procuram os hospitais com a frequência com que nós estamos acostumados. Caso você precise de um atendimento por uma febre do seu filho, uma virose que você pegou ou outros sintomas não necessariamente graves a indicação é que você procure uma “walk in clinic”. Pense nesse sistema como um posto de saúde, um cuidado para situações menos graves para que os hospitais não sejam tumultuados.

5. Se você precisar ir ao hospital para uma emergência saiba que demorará horas para sair de lá com diagnóstico. Nenhum exame ou cuidado será negligenciado e você terá todos os cuidados que precisa, mas o processo pode ser bastante demorado, visto que os atendimentos são por prioridade de caso.

6. Você não pedirá exames ao médico e nem fará exames com muita frequência. Nosso hábito de pedir um exame de sangue, para checar isso e aquilo, é bastante estranha aos médicos daqui. O pensamento é mais coletivo porque o sistema é público. Sendo assim, nada do que seu médico de família não achar realmente necessário será pedido.

7. A manutenção dos prédios, qualidade de atendimento, capacitação dos médicos e disponibilidade de materiais é, em geral, ótima.

8. Se você não tiver acesso ao sistema público de saúde e nem convênio médico, os tratamentos podem causar um estrago bem grande nas suas finanças. Os custos são altíssimos, ainda mais quando convertemos pelo valor do real. Minha dica para quem está vindo é sempre procurar um bom convênio médico antes de vir. Até porque, existe uma carência de pelo menos uns 90 dias para você poder usar o sistema contando à partir do seu cadastramento.

9. Os médicos não são tão “acessíveis” quanto no sistema de saúde privado do Brasil. Isso não significa que sejam frios ou indiferentes, mas você provavelmente não terá o telefone do pediatra do seu filho para ligar durante a noite caso tenha um problema.

10. Há um telefone gratuíto em cada província para que você tenha acesso aos serviços de orientação de uma equipe de enfermagem, 24h por dia. Esses profissionais recolherão todas as informações possíveis sobre seu caso e darão orientações de como proceder, desde que medicamentos tomar ou a necessidade ou não de ir ao hospital.

Essas foram as principais diferenças. Caso tenha qualquer dúvida, deixe nos comentários e logo mais eu respondo. Não se esqueça de seguir o My Sweet Canada nas mídias sociais.

Tem algo que ache interessante acrescentar a esta lista? Tem alguma experiência boa ou ruim com relação à saúde no Canadá? Me conte a sua experiência!

Um grande abraço e até mais

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3 Comentários

  1. Adorei o texto.
    Eu acho o sistema de saúde daqui muito bom no geral. Apesar de, em alguns casos, termos mais “privilégios” no Brasil, como a facilidade de fazer exames, aqui no Canadá você não passa necessidade caso esteja realmente precisando de atendimento.

  2. Eu acho que a diferença de opiniōes vem também da desinformação e da expectativa de encontrar o Brasil aqui.

    Para já, o sistema de saúde aqui é para todos, não como o Brasil onde há um melhor serviço para quem pode pagar e um outro para a grande maioria (que não funciona nada bem).

    Diferente também dos EUA, onde negam-lhe atendimento com um médico ou especialista se vc não tiver uma apólice de seguros (ou plano de saúde, como chamamos no Brasil). Muitos americanos estão super individados com isso. Assistam ao “Sicko” do Michael Moore para e tender melhor.

    Sou originário de uma classe média brasileira privilegiada que nunca entrou num hospital público e foi preciso me adaptar a um sistema … mais justo … que dá o mesmo acesso que tinha lá à toda a população, independente de seus rendimentos.

    Como diz o artigo, a prioridade aqui é a seriedade do caso (e não o quanto se pode pagar). Um conceito difícil de assimilar para muitos de nós.

    Quanto a isso de não poder ver o especialista que quer, não é bem assim. Já tive consultas com especialistas que não gostei e voltei à minha médica de famíia para pedir que me enviasse a outro para uma segunda opinião.

    Isso é algo diferente também diferente no Brasil: a figura do médico de família no Brasil é associada a pessoas de baixa renda enquanto aqui é apenas a pessoa que cuida do seu histórico médico. Lembro-me do olhar de “pena” do meu cunhado quando lhe disse ter um médico de família. 🙂

    Uma outra coisa difícil a muitos conterrâneos a se adaptar é o fato dos médicos aqui terem horário de trabalho como qualquer trabalhador.

    Ou seja, ninguém aqui tem o celular privado do médico para ligar para ele às 21:00h porque não se sente bem ou o filho está febril.

    Para isso (aí entra o desconhecimento) existe (em Ontario, pelo menos) a “Health Line”, onde vc tem acesso a uma enfermeira de plantão que lhe aconselha o que fazer quando em dúvida. Já usei o serviço e foi muito bom.

    Quanto a esperas para ver o especialista, isso acontece porém é mais agravado nos bairros de maior concentração populacional. Como se resolve isso (daí vem de novo a desinformação de muitos conterrâneos) basta não ficar restrito a seu bairro.

    Quando vou ao meu médico de família (de novo, aqui em Ontário), eles lá me dizem o tempo de espera e eu sempre peço para me mandarem para aquele com menor tempo de espera.

    Enfim, o maior choque é para aqueles que não estão abertos a se adaptarem a um sistema bem diferente do nosso. E, repito, mais justo.

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