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A primeira visita ao Brasil _ um turbilhão de emoções

Depois de quase 2 anos vivendo em Vancouver, finalmente chegou o momento da primeira visita ao Brasil. Eu confesso que estava bastante curiosa para saber como seria a minha reação ao visitar a “minha casa” depois de tanto tempo, e digo casa porque mesmo vivendo em outro país o Brasil é o lugar onde eu nasci e cresci, aonde tenho as melhores lembranças da minha vida, meus amigos de infância, de escola…de faculdade e claro o mais importante a minha familia. Enfim serei sempre brasileira aonde quer que eu vá!!!!

É uma carga emocional muito grande, a gente sempre vive com o coração apertado de saudades, e quando chegar lá e revêr tudo e todos tenha a impressão de que o coração não iria aguentar.

Desde que vim para o Canadá, comecei a dar valor até as coisas que você antes nem ligava tanto,  você acaba enchergando com outros olhos agora e algumas coisas até sente falta. Pois é, eu não imaginava que seria tão difícil estar longe de todo mundo e da estrutura que eu tinha ao meu redor.

Durante a minha estadia no Brasil, o tempo todo me senti insegura com relação à voltar ou não para o Canadá, me peguei várias vezes pensando o que eu tinha vindo fazer aqui?!?! Confesso que a vontade de ficar no Brasil foi absurdamente grande! Como já escrevi aqui antes, a vida de um imigrante não é fácil, principalmente no começo a gente passa por muitas provações, existem muitas barreiras sendo as principais: comunicação e emocional.

A primeira é um desafio constante, e muitas vezes você vai se pegar pensando em como coisas simples, o que no seu dia-a-dia do português você faria automaticamente, se tornam um bixo de sete cabeças. Já no emocional a adaptação é o fator mais forte, muitas vezes  você não vai conseguir estar no patamar que você quer com relação à vida profissional, e as coisas não andam na velocidade que você gostaria, você irá se frustar muitas vezes e é dificil equilibrar esse sentimento de frustação profissional com a sua vida pessoal. Muitas vezes nos perguntamos se este sentimento será pra sempre ou quanto tempo isso durará?

Cada pessoa reage de uma forma…e muitos não aguentam. A pergunta constante será,  está valendo a pena?!?! Passei 3 semanas no Brasil e foi muito bom. A RAZÃO me fez voltar para o Canadá mas o  emocional me falava o tempo todo pra ficar no Brasil. Acredito que todos nós que fizemos a escolha de viver fora do nosso país, iremos passar por isso e acredito que sempre será assim, esse turbilhão de emoções.

O que mais doeu na verdade foi a hora de dizer adeus novamente, sem data de volta, sem a certeza que todos estarão lá quando eu voltar. Você vem embora rezando para que esse seja apenas um até breve e não um adeus!

Mas apesar de tudo o que senti e não foi fácil uma nova despedida, a minha razão me diz que ainda é cedo demais para deixar de lado tudo que tenho batalhado aqui no Canadá, ainda acho que tenho muitas coisas e conquistas para alcançar. Ha 2 meses de completar 2 anos como imigrante,  ainda insisto na ideia de querer ficar.

Eu sobrevivi ao choque emocional da primeira visita ao Brasil, e acreditem, eu não imaginava que seria tão forte, mas tendo a cabeça firme nos objetivos, eu estou conseguindo juntar os caquinhos e seguindo em frente.

E para você que está pensando em vir para cá, saiba que é sim muito díficil dizer adeus, mas, se você tem os seus objetivos e se mantém firma na sua meta, você coloca a razão na frente de tudo e mesmo com muita saudades e dor, você continua e sege em frente. A saudades será sempre um fantasma que nos assombrará pela vida inteira de imigrante, portanto temos que aprender lidar com isso, mas graças a internet hoje em dia é possível amenizar um pouco mais a dor.

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12 Comentários

  1. Meu Deus essas palavras sao minhas 🙁 moro na Inglaterra ha 8 anos e sofro muito com a indecisao de ficar ou voltar… Força a todos nos ???

  2. Eu tenho 10 anos aqui e ainda cada vez que vou ao Brasil me pergunto o que mesmo eu faco em Vancouver? Não tenho profissão aqui, nada me prende aqui, entao eu mesmo respondo: “tenho 1 filha menor de idade e um marido canadense e não posso resolver me separar para morar no Brasil sozinha.” Também respondo em voz alta para mim mesmo, que vendi tudo que tinha la no meu nome e agora ate para me hospedar eh na casa dos outros ou em algum hotel.” Entao outra voz me avisa que posso conseguir tudo de novo e a outra voz interior grita dizendo que tudo eh caro demais e eu ja tenho tudo no Canada. Olha Cacaiani eh eterno conflito..acho que nunca vai passar mesmo. A língua inglesa eh a falada em casa, mas ate hj com outros canadenses tropeço, gaguejo e alguns dias sou fluente e outros dias fico pior que a “Ofelia”, so abro a boca para dizer bobagem, rs Uma eterna briga com a língua que ate no senso de humor a gente tem que se conformar com as piadas a moda Mr. Bean..eles não sabem gargalhar igual a nos, eles não entendem a nossa alegria e a nossa espontaneidade. Tenho que marcar hora para visitar sogra, hora de entrar e sair, falar pouco, fazer dinners que eles adoram provar e pedir receitas de pratos da nossa culinária, mesmo que nunca irao cozinhar.
    Ja tive fases de amor e odio a patria amada, por ser manipulada por noticias e gente de carater duvidoso de querer “vender caro o passe de imigracao” ou seja, por valorizar a propria imigracao e assim vivendo fantasias e contando como se fosse verdade, falando mal de seu Pais. Hoje ja identifico de longe o perfil deles e fujo….Mas tudo se acaba com volta ao Brasil e viajo la de Brasilia, a Porto Alegre e ainda passo no Rio. Nao me canso e vivo la 2 meses o que levo um ano aqui para me sentir normal. Acho que nunca vai passar, como uma amiga que mora aqui ja 20 anos. abracos.

    1. Nossa Ana, seu depoimento é mega profundo!!! Muito obrigada por compartilhá-lo… Me sinto bem confusa querendo e não querendo voltar… Pelo visto vou ter que aprender a conviver com isso!! Bjus

  3. Compreendo e compartilho as suas emoções. Mesmo morando aqui jà há 17 anos, vou com freqüencia ao Brasil e fico sempre mexido na hora de voltar. Mas são as minhas razões individuais que me trazem de volta independente do carinho que sinto pelo meu país natal. Acho que no dia que elas não forem mais válidas, talvez fique por lá, mas não creio que isso irá acontecer. Já deixei de ser o brasileiro “puro”, tenho a minha vida profissional, a minha rotina, a minha casa e a minha família aqui. E, de modo geral, sou feliz aqui. Enfim, se você pensar nas suas razões de ter vindo para cá e se é feliz ou não aqui, isso em si te fará encarar as férias no Brasil de forma natural. Tudo de bom.

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